LEDS RULES: DOMINAR O MUNDO COM EDUCAÇÃO
"Faça ou não faça. A tentativa não existe" Yoda
INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta o nosso modo de enxegar alguns conceitos que estão presentes nos Conceitos, Identidade e Objetivos. As próximas subseções descrevem o nosso modo de enxergar e pensamentos sobre alguns conceitos que estão nosso sangue.
EDUCAÇÃO = ENSINO + PESQUISA + EXTENSÃO
Um dos pilares do Leds é a Educação e essa é enxergada como uma rede interlaçada entre Ensino, a Pesquisa e a Extensão. Essa afirmação tem o seguinte significado: Não é possível separa o Ensino, da Pesquisa e da Extensão. Em outras palavras, no contexto do Leds, ao realizar uma pesquisa ou um trabalho comunitário também há ensino e vice-versa tornando assim impossível separar o ensino em um trabalho de pesquisa ou em extensão. Os próximos parágrafos são dedicados a explanação sobre o Ensino, a Pesquisa e a Extensão e como esses são interconectados no Leds.
Do ponto de vista do ensino, o Leds representa uma importante ferramenta para a complementação da formação dos alunos e professores do campus. O ambiente proporciona uma ponte entre teoria e prática, ultrapassando os limites da sala de aula para se debruçar sobre problemas reais, com os quais os alunos se confrontarão no mercado de trabalho. Outra característica do Leds é propiciar um ambiente interdisciplinar, que muitas vezes é difícil de alcançar em cursos formais, com disciplinas orientadas a pré-requisitos. Dessa forma, é possível que alunos e professores tenham a oportunidade de unir diversas disciplinas acadêmicas em um único ambiente.
Por outro lado, os resultados obtidos neste ambiente podem realimentar os professores com exemplos para a sala de aula, mantendo a teoria contextualizada e atual. Em outras palavras, o ambiente permite que os professores apliquem na prática os conceitos apresentados em sala de aula e também se atualizem sobre as novas tendências do mercado. Dessa forma, proporcionando uma diminuição da distância entre os conceitos apresentados em sala de aula e a prática aplicada no mercado de trabalho.
Ainda em relação ao ensino, os alunos que participam do Leds também desempenham algumas atividades de ensino como palestras e cursos para outros alunos. O objetivo dessas palestras e cursos é desenvolver nos alunos participantes, além de conhecimento mais aprofundado sobre os tópicos, habilidades não técnicas (e.g., falar em público e apresentação) que serão valiosas no mercado de trabalho ou na academia.
Sob o prisma da pesquisa, o Leds cumpre relevantes papéis, tanto na produção de inovações quanto no apoio às demais áreas de conhecimento que demandem uma ferramenta de software para atingirem seus objetivos. No ambiente Leds, a pesquisa pode aplicar provas de conceitos e, assim, conduzir projetos de avaliação e crítica de tecnologias e metodologias recentes, apontando novas formas de uso e até novas soluções para questões em aberto. Em outras palavras, os grupos de pesquisa podem utilizar o Leds para atendimento de algumas de suas demandas de experimentação.
O objetivo desse pilar é realizar pesquisa aplicada a Área de Atuação do campus ou assuntos relacionados ao Leds como, por exemplo, Educação. É importante comentar que as pesquisas serão feitas em parcerias com outros laboratórios de pesquisa. Dessa forma, os laboratórios parceiros podem rodar experimentos no laboratório ou obter informações para suas pesquisas dos projetos em andamento ou concluídos do Leds.
Por fim, observado pelo viés da Extensão, o Leds oferece à comunidade um conjunto de melhores práticas, obtidas por meio de experimentos consistentes e verificados, fornecendo meios para o avanço tecnológico e econômico da indústria local da Área de Atuação do campus. Essa transferência pode ocorrer por meio: (i) do aluno participante do projeto, que terá a possibilidade de experimentar as práticas e aplicar em seus futuros contatos com o mercado de trabalho e (ii) dos professores que levam as práticas em consultorias, parcerias ou projetos de pesquisa com empresas. Além disso, todos os artefatos da Área de Conhecimento (e.g., processos, artefatos e itens de conhecimento) estão abertos à comunidade para consulta e uso. Dessa forma, a comunidade acadêmica e a indústria podem se beneficiar com o conhecimento adquirido pelo Leds ao longo dos projetos.
EDUCAÇÃO CENTRADA NO ESTUDANTE
O texto dessa seção foi retirado de parte do post do blog Bacalhau na Geladeira. O blog é um dos projetos do Leds que visa discutir sobre novos meios de educação.
O sol é essencial. Ele é o centro de um sistema composto de um conjunto de planetas que giram ao seu redor. O sol é fundamental para que o sistema permaneça “vivo”. Sem ele os planetas perderiam o rumo. Graças ao sol e sua força de atração, a Terra e demais planetas giram de maneira harmonica, formando uma óbita perfeita. O sol atrai, une e estabelece a ordem.
Não é somente o sistema solar que possui um centro, vários outros sistemas também possuem um centro, sistemas naturais, organizacionais e culturais. O sistema educacional por exemplo, também possui um centro, um elemento principal, fundamental. Quem seria o “sol” do sistema educacional? A peça principal? Consegue imaginar?
Há quem possa responder que seja o professor, pois sem ele não temos aula, o conteúdo não é passado, acontece a dispersão, não há regras nem ordem em uma classe. Ele planeja, motiva, ensina, estimula, aplica atividades, exercícios, provas. Ele é uma figura realmente importante, portanto faz sentido pensar assim. Como o sol, ele une, agrega, atrai, estabelece ordem. Ver o professor como o centro faz muito sentido, principalmente se assumirmos que o aluno depende dele para aprender. Entretanto, e se o aluno não quiser aprender? Ou se considerarmos que o aluno pode aprender sozinho?
Esse é o conceito de educação centrada no estudante. A educação está centrada nele, ele é o centro, o agente principal, e sem seu envolvimento a educação não acontece. O estudante assume a postura central, ele assume também a responsabilidade. A educação tem se transformado. Modelos de ensino centrados no estudante tem ganhado cada vez mais força. Por exemplo, aprendizagem baseada em projetos, ou baseada em problemas, são forma de se fazer isso. Tais métodos colocam o estudante no centro do processo de aprendizado, dando autonomia a ele, deixando que ele estabeleça as regras, assuma o controle. Na verdade, todo modo de ensinar que considera o estudante como um indivíduo único e procura se adequar a isso, pode ser considerado como centrado no estudante. Considerar, por exemplo, sua experiência, seu modo de aprender, seus interesses e objetivos, o contexto que ele está inserido, é tornar a educação centrada no estudante.
Na verdade, não apenas na educação esse tipo de pensamento tem crescido. Existe um conjunto de métodos que vem ganhando força em diferentes áreas, como inovação, administração, gestão de projetos, design. Todos eles possuem essa filosofia, esse modo de pensar comum. Por exemplo, no Design Thinking, a inovação é toda centrada no usuário, ele dita as regras. A primeira etapa da solução de um problema usando design thinking, é entender o usuário, suas necessidades, sentir suas dores, sentir empatia. O usuário é mais importante que o produto. O Scrum também é um modo de gerenciar projetos centrado no cliente. Costuma-se dizer no Scrum que o cliente é o motorista do carro, e a equipe desenvolvedora como sendo os outros passageiros. O cliente tem que dar feedback constante sobre o produto para que o projeto ante. Ele faz o projeto andar, ele direciona o projeto até chegar no ponto que deseja. Ele faz parte da equipe de desenvolvimento. Nesse caso, o cliente é também mais importante que documentos e também que o produto em si.
As startups “enxutas”, por exemplo, também colocam o cliente no centro. Em função de seu interesse e seus feedbacks, o produto sofre “Pivotagens”, ou seja, alterações. Na mentalidade enxuta na administração, os líderes são chamados de servidores, a piramide da organização é invertida. O dono da organização, quem ditava as regras e controlava tudo, sai do topo e vai para lugar mais baixo. Já os clientes, que eram a base e não tinham poder, vão para cima, eles agora “ditam” as regras. As organizações nesse caso possuem um estilo mais participativo de liderança, e uma estrutura organizacional mais horizontal, mais colaborativa.
Existem também os living labs, ou laboratórios vivos. Eles são muito comuns na Europa, e também em outros países como o Brasil (e.g., o Labtar). Os laboratórios vivos tamtém possuem essa filosofia. Como o nome diz, laboratórios vivos transformam regiões inteiras em um grande laboratório de experimentações, onde todos participam. Neles a invenção é centrada no usuário também. A inovação ocorre por meio da interação com o usuário, é uma co-criação dele também. Ele participa ativamente do processo, faz explorações, experimentações, avalições da feedback, etc. O usuário nesse caso não é apenas observado, mas possui uma postura ativa na criação de soluções em uma comunidade. É a invovação nas mãos da comunidade. Por que não uma educação nas mãos dos educandos também?
Porque será que tais metodologias tem crescido cada vez mais? Não é curioso? Todas essas metodologias, de certa forma são “irmãs”, possuem uma maneira de pensar semelhante, uma filosofia. Elas colocam o mais interessado (clientes, usuários, estudantes) no centro, como um agente participante e ativo. Na verdade, os interessados não são considerados elementos externos, mas sim elementos internos do sistema, elementos centrais, como o sol do sistema. Eles se transformam em co-criadores, autores, agentes. Assim o foco sai do meio e vai para o fim, sai da educação, da pesquisa, do produto e vai para os educandos, comunidade, usuários, clientes.
Por fim, saber o que é central pode fazer toda a diferença em qualquer atividade. Sem querer, nós professores podemos estar relutando em sair do centro do sistema educacional. Queremos que a aula gire ao nosso redor. Quando saímos do centro, aparentemente estaremos perdendo nossa importancia como educadores. Mas na verdade não estamos, pois assim o processo educacional ocorrerá de modo mais efetivo, livre e autêntico. Na verdade, apesar de sair do centro, não seremos menos importantes, além disso, cumpriremos mais o nosso papel, pois abriremos caminho para que os estudantes se potencializem, ou melhor, ‘desenvolvam a Força’. Esse modo de ver e pensar não é melhor que o “tradicional”, eles apenas são mais compatíveis com a realidade atual, com as transformações que estão ocorrendo no mundo, com as mudanças culturais.
PROFESSOR COMO FACILITADOR
No Leds acreditamos que o professor assume o papel de Facilitador. Essa mudança de papel faz uma grande diferença no comportamento do professor dentro do ambiente do Leds. Nesse papel o professor não é o centro do conhecimento e nem o líder/gerente/chefe do projeto e dos alunos. O professor, ou melhor, o Facilitador é uma pessoa que deve guiar o aprendiz no caminho do aprendizado.
O facilitador deve usar a sua experiência para ensinar ou indicar ao aprendiz um ou mais itens de conhecimento (e.g., livros, videos, pessoas e etc) que serão uteis para que esse alcance o aprendizado desejado.
De uma forma simples, podemos dizer que, o Facilitador deve ser um guia que apresenta as ferramentas necessárias para que o aprendiz consiga o conhecimento desejado.
VALORIZANDO AS INVIDUALIDADES E COMPETÊNCIAS DE CADA APRENDIZ
É muito comum na faculdade ou até mesmo na sociedade realizarmos testes iguais para todo mundo. Esses testes tem como finalidade serem justo e sem previlegiar nenhuma pessao. Será que esses cumprem com o seu objetivo? Veja a imagem abaixo e me responda essa pergunta.
Como pode ser observado na imagem acima, todos temos competências e habilidades distintas. Ao realizar um teste igual para todos, acabamos não valorizando as competências e habilidades individuais de cada pessoa. Afinal, só porquê o peixe não consegue subir na árvore como o macaco, o primeiro não deva ser valorizado.
No Leds, entendemos que o nossa obrigação ajudar o aprendiz a melhorar as suas competências e habilidades natas e alcançar outras, caso esse seja o desejo dele. Nós valorizamos a individualidade de cada um. Além disso, devemos demonstrar aos aprendizes que cada um tem o seu papel claro na sociedade e que suas competências e habilidades são úteis para melhorar a mesma.
ALUNO COMO RESPONSÁVEL PELO PRÓPRIO CONHECIMENTO
No Leds o aluno é o responsável pelo próprio conhecimento. O que fazemos é apenas instruir como ele irá alcançar o conhecimeno. Como motivamos a fazer isso? Através dos desafio que aparecem nos projetos. Os facilitadores apenas guiam o aluno para o caminho que esse deve percorrer para o próprio conhecimento. Simples assim!